
O herói Homem de Ferro, da Marvel Comics, é sem dúvidas um dos super-heróis mais populares do mundo. Tony Stark é um filantropo gênio, bilionário e playboy que passa suas horas acordado criando tecnologias para lutar contra contra supervilões enquanto gerencia sua empresa.
Se considerarmos apenas isso, o Homem de Ferro já seria um dos heróis mais valiosos e importantes do Universo Marvel. Ou não?
A HQ Homem de Ferro #16 mostra que Stark deveria ter desistido desde o primeiro dia de ser um super-herói.

Na história dessa HQ, o Homem de Ferro acaba de derrotar o todo-poderoso Korvac, um supervilão com um complexo de deus. O Homem de Ferro supera Korvac usando uma armadura energizada com o Poder Cósmico – a mesma fonte de energia usada pelo Surfista Prateado – dando-lhe uma fonte quase infinita de poder e habilidades.
Logo após a luta, Stark desce em Nova York, ainda em sua armadura de deus, e dá a todos na cidade de Nova York um presente: sua inteligência.
Tony Stark concede a cada nova-iorquino uma fração de sua própria inteligência em engenharia, eletrônica, matemática, química e uma dúzia de outros assuntos nos quais Stark é especialista.
A população após receber a “dádiva” muda instantaneamente: um casal resolve sua discussão usando lógica e conhecimento, e um mecânico de automóveis percebe que não precisa mais consertar um motor de combustão interna quando pode simplesmente construir uma fonte de energia alternativa e limpa.
Isso só serve para mostrar que Stark poderia ter criados todas essas soluções e as aplicado no mundo, caso não tivesse passado seu tempo todos esses anos combatendo vilões.
O “maior inimigo” do Homem de Ferro
É jogado na cara do leitor que Tony é seu próprio “maior inimigo” e que acredita que os problemas que ele deve resolver são sempre para evitar o fim do mundo e não para melhorar o mundo.

Tony poderia passar a armadura para outra pessoa e passar sua vida em seu laboratório resolvendo os muitos problemas da Terra com seu intelecto superior?
De uma perspectiva mais realista, o universo da Marvel Comics nos quadrinhos deve permanecer o mais próximo possível do nosso mundo – portanto, sem carros voadores ou curas de câncer.
Esse ponto várias vezes já foi levantado em debates sobre histórias em quadrinhos e suas diferenças com o mundo real.
Por exemplo, mesmo no universo dos quadrinhos, onde existem vários outros heróis além do Homem de Ferro com inteligência superior, problemas como doenças e fome ainda existem e assolam o mundo.
O petróleo e seus derivados ainda são usados como combustível em milhares de máquinas e equipamentos. Nesse mesmo “mundo”, por exemplo, Reed Richards – alter ego do Sr. Fantástico – possui veículos com as mais variadas fontes de energia. Como ele até hoje não aplicou essas suas tecnologias – assim como Tony Stark – para a melhoria do universo em que vive?

Será que em um mundo onde existem heróis como Wolverine e Hulk com poderes de “fator de cura” capazes de curar em pouco tempo qualquer ferimento, a maioria das doenças já não teriam sido erradicadas? A humanidade estaria vivendo em um paraíso de tecnologia e saúde praticamente.
Mas, os quadrinhos avançaram muito mais do que o mundo real e talvez, essas mudanças que faz com as coisas fiquem muito diferentes de nossa realidade afastem a maioria dos leitores.
No entanto, de uma outra perspectiva, as razões pelas quais Tony Stark nunca desistiu de ser o Homem de Ferro são inteiramente internas. Stark pode combater vilões diariamente, mas ele nunca pode derrotar seu inimigo final: seu próprio ego.