psicopata Americano é, inegavelmente, um clássico. O filme, baseado no romance homônimo de Bret Easton Ellis, foi uma produção que conseguiu contornar toda a polêmica ligada à história e ao livro, deixando sua marca na memória dos fãs mesmo 20 anos depois. Se você abrir seu Twitter, TikTok ou qualquer outra mídia social, é provável que acabe encontrando um meme ou uma menção a Patrick Bateman.
Mas o que a maioria das pessoas não sabe – e quem tenta esquecer – é que o clássico de Mary Harron teve uma continuação. American Psycho II: All American Girl foi a sequência de 2002 dirigida por Morgan J. Freeman que não agradou tanto a crítica quanto os fãs. De uma escrita ruim a apenas uma referência (altamente desrespeitosa) ao primeiro filme, o fracasso de americano Psicopata 2 serve como um conto de advertência para os cineastas. Isso nos lembra que é melhor deixar algumas histórias em paz.
Estraga o final do filme anterior
Patrick Bateman é um rico empresário que trabalha para a Pierce & Pierce em Wall Street. Enquanto durante o dia ele supostamente faz fusões e aquisições, à noite ele se dedica mais a assassinatos e execuções. Com seus looks idênticos, o consumismo leva, valores misóginos e atitudes superficiais, americano Psicopata funciona maravilhosamente como uma sátira da cultura yuppie estabelecida nos anos 80. À medida que seguimos o frenesi assassino e os atos violentos de Bateman, o enredo evolui e o filme termina, ficamos com uma pergunta. Esses assassinatos aconteceram ou foi apenas na cabeça de Patrick?
Isso certamente tem sido motivo de discussão em muitos fóruns de filmes e deixa você interpretar o filme sozinho. Mas Psicopata Americano II resolve esta discussão de forma muito simples. A única cena que conecta os dois filmes, a abertura do filme, começa com Bateman matando outra vítima – observe que ele foi reformulado, agora interpretado por Michael Kremko. Naquela época, sua acompanhante era uma babá e, estranhamente, mesmo para os padrões de Bateman, a criança foi trazida junto e uma menina de 12 anos foi amarrada, provavelmente a próxima por assassinato. Com sorte ou habilidade surpreendente, ela poderia se libertar e esfaquear Bateman com um furador de gelo. É quando o narrador do filme muda e a história começa.
Frenesi da sequela de Hollywood
Olhando para o material de origem, não há um segundo livro para americano Psicopata. Nem a produção do filme deixou pontas soltas nem teve uma sequência em mente durante as filmagens do filme de Bale. Mas, no início dos anos 2000, os estúdios de cinema procuravam sequências baratas que pudessem filmar rapidamente e lançar em DVD, e os filmes produzidos com essa ideia agora são conhecidos como sequências DTV (Direct-to-Video). Para americano Psicopatalá foi procurar roteiros que pudessem ser usados para continuar a história.
O roteiro escolhido foi intitulado A menina que não queria morrer e não tinha conexões com a história de Bateman, exceto pelo fato de haver assassinatos. A cena em que ele aparece ou qualquer outra menção a Patrick Bateman ao longo da narração do filme foi adicionada posteriormente para que pudesse ser usada como uma sequência e talvez capitalizada sobre o sucesso de seu antecessor. Essa é uma das práticas que os estúdios não pararam de usar, às vezes iniciando sequências e produções de histórias que não precisam disso. Geralmente leva a um desastre e a um fracasso nos cinemas.
A premissa é fraca
Em vez de usar sua abertura para explorar o trauma e as repercussões que teve na vida da personagem principal, interpretada por Mila Kunis, o filme de 2002 mostra uma garota em busca de deter psicopatas. Rachel é uma estudante de criminologia que espera se tornar assistente de professora do professor Robert Starkman. A razão pela qual ela quer essa posição é conseguir uma carreira no FBI, e ela está disposta a fazer qualquer coisa para consegui-la – inclusive matar seus colegas de classe.
Com o slogan ‘Mais irritado. Mais mortal. Mais sexy.’ o filme não tinha nada do que prometia. A personagem principal não tem charme e suas vítimas são mal escolhidas. Não reproduz a frieza e o vazio de caráter que Bateman possui e falha em retratar um perigoso assassino em série. Com assassinatos descuidados e ações que não fazem muito sentido, o filme perdeu aquele ambiente onde as pessoas se confundiam ao se reconhecerem já que tudo o que importava e tinha era o mesmo.
A sequência não tem críticas, temas subjacentes e um enredo fraco. Não há ambiguidade em suas ações ou uma reviravolta em seu personagem que faça com que até mesmo uma pessoa na platéia torça por ela. Desta vez, em vez de fazer você se perguntar se os assassinatos aconteceram, faz você questionar a decisão de assistir à sequência. Alguns podem dizer que é uma sátira do original ou até mesmo um slasher que dá uma guinada cômica para tornar a ação de Rachel menos questionável. Mesmo assim, não demora muito na internet para ver que é consenso que American Psycho 2 foi irrefutavelmente um fracasso monumental.