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Último filme de Ari Aster explicado

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Alerta de spoiler: spoilers à frente de Beau Is Afraid


O trabalho do diretor Ari Aster sempre criou divisão entre o público. Entrando em cena com hereditário ajudou a desarmar completamente os espectadores. O filme saboreava uma história de luto e dor com resultados horríveis. Midsommar levou esses temas e ideias um passo adiante e os transformou em um romance distorcido. Cada filme deixou o público mastigando ideias diferentes que Aster queria que levássemos embora.

beau esta com medo leva ainda mais os limites mais uma vez com um produto acabado que o público irá ponderar nos próximos anos.

beau esta com medo tem uma premissa que parece simples e relativamente desarmante em sua superfície. O filme segue um homem chamado Beau (Joaquin Phoenix), que embarca em uma odisséia épica para visitar sua mãe (Patti LuPone). Essa descrição simplificada nem começa a divulgar os mistérios da história.

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Beau é um homem cheio de ansiedade, que guia todas as decisões que ele toma no filme. Seu medo pode ser melhor analisado como dois medos separados com os quais ele é atormentado. O maior e mais óbvio medo de Beau é a mera ideia de sua mãe.

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Beau tem medo de sua mãe

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Desde o início do filme, Beau sente muita ansiedade ao visitar sua mãe. O primeiro terço segue o personagem tentando sair para visitar sua mãe. Ao tentar sair de seu apartamento, ele é parado por uma variedade de obstáculos ameaçadores. Cada obstáculo força Beau a reavaliar por que ele está com medo dela em primeiro lugar. Sua ansiedade sobre ela decorre de formas graves de trauma. A primeira delas trata do tom que o filme estabelece no primeiro ato.

beau esta com medo não é um típico filme de terror de Aster. O primeiro ato segue Beau enquanto ele tenta sair de seu apartamento. Inúmeros obstáculos são lançados em seu caminho enquanto ele está simplesmente tentando sair. Esses obstáculos incluem coisas como precisar de água para tomar sua medicação de alta dosagem.

Enquanto ele navega pelas pessoas horríveis em seu quarteirão, Beau está determinado a visitar sua mãe. No entanto, quando se depara com o obstáculo de atravessar a rua para pegar água, sua ansiedade o paralisa completamente. Essa motivação para visitar sua mãe sofre uma reviravolta no segundo ato.

Como sua transformação em um mentor do crime em Palhaço, Joaquin Phoenix muda Beau no segundo ato. Sua parada na casa de Amy Ryan e Nathan Lane lhe dá a chance de ter uma família que nunca teve. Beau quer visitar sua mãe, mas gosta da vida aconchegante que Lane e Ryan lhe deram.

Ele fica tão confortável com esta vida idílica que tem medo de esquecer seu propósito. Quando Beau vê a contragosto sua filha (Kylie Rogers) cometer suicídio, isso o deixa em parafuso. A segunda parte desta análise explica por que Beau está realmente com medo neste filme de 179 minutos.

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Beau tem medo de si mesmo

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Ari Aster permite que sua originalidade cinematográfica brilhe no segundo tempo. Beau é um personagem que se sente desconfortável consigo mesmo. Sua fuga de casa mostra seu verdadeiro medo de sua vida. Incluindo o flashback de um cruzeiro com sua mãe, Beau nunca se sentiu confortável tomando decisões por si mesmo.

Sua mãe o deixou inseguro sobre o que merecia quando criança, tornando-o inseguro quando adulto. Beau atravessa a floresta e encontra aldeões que o deixam ter uma epifania.

Beau finalmente pode ver a vida e a família que ele merece. Infelizmente, sua realização é interrompida, forçando-o a chegar ao seu destino. Assim que Beau chega à casa de sua mãe, as coisas tomam um rumo sombrio. Como ele consegue ter um momento de intimidade com Elaine (Parker Posey), a presença de sua mãe toma conta.

Entregue por Patti LuPone, ela mostra a crueldade que ele sempre sofreu. Este ato forçou Beau a tentar enfrentar a ira de sua mãe provocada por ele sufocá-la. É um momento raro e fortalecedor mais uma vez interrompido por aqueles ao redor de Beau.

O terceiro ato dá a Beau um senso de agência, especialmente quando ele vê sua família (irmão gêmeo e pai monstro) no sótão. No entanto, sua agência é interrompida quando ele percebe o que está acontecendo e que não matou sua mãe. Este momento contextualiza por que Beau é tão medroso em primeiro lugar. Ele tem medo do que é capaz quando percebe de onde veio.

Por que ele está com tanto medo se resume a algo relativamente simples. Beau teme o poder que os outros têm sobre sua vida e suas decisões.

Beau nunca teve a chance de ser um homem independente. Sua vida era inteiramente baseada em ser cuidado. Ser paciente em sua vida o tornou subserviente a todos ao seu redor. Quando ele finalmente sai da casa de sua mãe, seu rosto fica com uma expressão mais chocada.

Quando ele escapa e é mais uma vez preso por sua mãe e terapeuta, Beau percebe que nunca teve arbítrio em primeiro lugar. Essa percepção de seu porquê assume um ar de serenidade quando o barco o mata. Seu medo durante todo o filme era uma compreensão profunda de que ele nunca teria o controle de sua vida.

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